sábado, 31 de março de 2012

EXPRESSAR - por Rita Figueiredo

Expressar?
Sentimentos, que tormento! Negativos, positivos, que será que vão dizer?
Sensações que são milhões vêm de cima, vêm de baixo, que canal hei de escolher?
Tanto amor, tanto temor, no avesso, no direito, que efeito hão de ter?
Amargura ou ternura? Qual de dentro? Qual de fora? Como é que vou saber?
Ser raivosa ou graciosa? Incomodar? Acomodar? Pra que lado vou pender?
Pôr na cara essa tara, sutilmente ou em aberto? Quem de certo vai entender?
Inspiração, expiração, rei na barriga, nó no peito, como vou me defender?
Feminina, masculina, ser da mãe ou ser do pai? Qual dos dois vai me querer?
Sou et ou sou terráquea? Criar asas ou raiz? A que espaço pertencer?
Ter juízo ou ser Narciso? Busco nexo, encontro sexo. Alguém me diga o que fazer!

A dualidade me consome. Peço ajuda à Unidade e já começo a receber :

Expressar!
Ir sentindo e ir dizendo, bem na hora, ou ir embora e ver o tempo se perder
Na saúde, na doença, no mental, no corporal, há que integrar para crescer
Tirar a máscara, a armadura, ver no claro o que é do escuro, sair do jogo de esconder
Verbalmente, gestualmente, solta aqui, libera ali, pro que é de meu transparecer
Abro o peito e do meu jeito, explosivo ou criativo, vou expondo o meu ser
Em linguagem calorosa, flui o verbo em verso e prosa, viro um livro pra se ler
Seja pânico, seja cósmico, faço música, torno cômico, pro espetáculo acontecer
Erro o passo, sou palhaço; uiva a loba, chora a boba, pra platéia enlouquecer
Conto causo, espero aplauso, pode ser até que eu saia se a vaia aparecer

Mas... o coração se agita que a expressão ainda é restrita ao que se pode entender
Não faz mal, tenho paciência, vou tomando consciência da importância que é poder
me expressar
Vem comigo, meu amigo, te garanto que meu canto é de expressar pra não sofrer
Põe pra fora, está na hora, toma parte nesta arte de se dar a conhecer.
Se eu sou eu, você é você, com os trejeitos e defeitos, o que havemos de temer?
Somos iguais em nossa essência, o que difere é a experiência. Essa é a graça do viver!

Harmonizar a nossa voz neste Coral Universal,
por onde a Vida tem prazer em se expressar.

3 comentários:

  1. Adorei, Rita.
    Que coisa linda...
    Quando eu crescer, quero escrever assim.
    Beijos

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  2. RITA, QUERO JÁ UM DIRETOR DE TEATRO OU BALÉ, PARA ENCENAR SEU TEXTO. NÃO VOU COMENTAR, APENAS DIZER UE FIQUEI ARREPIADA DA CABEÇA AOS PÉS. É A HUMANIDADE INTEIRA, TODAS AS FACETAS. TODAS AS JANELAS, TODOS OS CAMINHOS E ATALHO.. MINHA AMIGA, QUE DELÍCIA!!!É NESSA MULTIPLICIDADE E NA CONSCIÊNCIA DA MESMA QUE SE PODE VIVER EM PAZ, OU NÃO?

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