sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

O BONSAI E OS BEM-TE-VIS - Parte 8 - Por Maisa Commans




Nem deu “tchau”, mas me pegou com a máquina na mão, parecia até que estava me esperando...
1.De repente acreditou e voou para o muro, a máquina tremia em minhas mãos, pura emoção.... Será que ele conseguiria? Pois não é que caiu no quintal do vizinho, para meu completo desespero?!
2.Mas, depois de alguns minutos... nem pude acreditar, lá estava ele, em cima do telhado, no seu primeiro voo solo, soltando seu primeiro canto de liberdade, dono da situação.
3.Em seguida, para minha surpresa,  a mãe apareceu, dando as últimas orientações e... partiu.
4.Enquanto isso, lá no Bonsai, o 2º filhote, bem que tentou... mas caiu no meio do pé de manjericão. Ainda não era dessa vez.
5.O 3º, ainda meio tímido, assistia a tudo, agarrado ao galhinho do Bonsai. Parecia admirado com a coragem dos irmãos... Logo chegaria sua vez!
6. E você me perguntará : “Cadê o 4º?” O 4º, querido leitor, foi  sepultado  com honras e lágrimas, ao lado do pé de manjericão, com muito pesar!! Neste instante, deve estar cantando para os anjinhos lá no céu...


domingo, 16 de fevereiro de 2014

O BONSAI E OS BEM-TE-VIS - Parte 7 - Por Maisa commans



Acordei e corri pra ver o que rolava no ninho. A movimentação era grande e, para minha surpresa, estavam lá... Os três empoleirados em cima do ninho, a todo vapor.  O quarto estava para fora, mas não conseguia voar para perto dos irmãos, não se aguentava nas pernas, andava muito jururu desde o nascimento, mas estava resistindo bravamente.
Comida no biquinho o dia inteiro, e, para isso, a mãe continuava contando com a ajuda de um assistente. Primeiro, ela tratava dos três que estavam sadios e sempre deixava por último o mais fracote, mas nunca deixava de tentar colocar a comida na sua boca. Será que ela já pressentia, o que estava para acontecer? Afinal, mãe é mãe!
Era muito divertido ver e o mais espertinho, já arriscando o galhinho do Bonsai, se achando o dono da floresta!!
A cantoria, belíssima “ Viii... Viii... Viii”, um em seguida do outro, para depois começar tudo de novo!
Foram dias, de muito trabalho, graça e descobertas... e, bem lá no fundo, eu sabia que, logo, logo, meus hóspedes estariam prontos para voar.


quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

O BONSAI E OS BEM-TE-VIS- Parte 6 - Por Maisa Commans




Bastou o sol aparecer e o atrevidinho já estava novamente fora do ninho, dando gritinhos chamando pela mãe... “Viiii!!” Ainda não era o lindo e conhecido canto “Bem-Te-Vi”.
Nesse instante, um segundo filhotinho, num voo curto, arriscado e corajoso, foi parar no topo do ninho ao lado do irmão.
Já eram dois... dois, para fora do ninho! Quanta graça!!
Em seguida, a mãe apareceu trazendo no bico comidinhas para os filhotes.
Os espertalhões foram os primeiros a serem alimentados, em seguida, os dois que ainda estavam dentro da casinha.  De vez em quando, um outro pássaro, que supervisionava  de longe, aparecia e ia fiscalizar bem de perto, quando a mãe se ausentava. Mas, quem colocava a comidinha diretamente no bico era ela, num vai e volta incansável.
Daí em diante, era sempre assim, ora fora .. ora dentro do ninho. Mais fora do que dentro, para, ao final da tarde, voltarem por livre e espontânea vontade ao calor e aconchego do ninho.
O Bonsai continuava lá, com seus galhos e folhinhas verdes, sustentando  o ninho e servindo de palco para esse momento único! 
Acho que vou chorar quando essa novela acabar!!!


terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

O BONSAI E OS BEM-TE-VIS - Parte 5- Por Maisa Commans



A gritaria me chamou a atenção. Corri para o quintal e dei de cara com a cena...  Um dos filhotinhos, o mais espertinho, bateu as asinhas e, num susto, já estava em cima do telhado da  casinha, se sentindo “dono do próprio bico”. Nem tirou as fraldas e já estava tentando voar!!
O rebelde sem causa, atrevido e barulhento, botou o bico no trombone e na maior algazarra chamou pela mãe, que, num piscar de olhos, já estava ali à sua frente de bico aberto, apreensiva, observando a cena. Quanta energia!!!
Juro que, se a mãe pudesse, tinha levado o danadinho pela orelha, de volta para dentro da casinha. Mas, ela continuou ali, imóvel por alguns minutos, como se estivesse dando a orientação necessária para que ele não caísse.
Os outros 3 nem se atreveram, ficaram bem comportadinhos  dentro da casinha, sob o olhar cuidadoso da mãe.
Filhos... filhos... mal cresceram e já pensam em bater as asas e voar!!


domingo, 9 de fevereiro de 2014

O BONSAI E OS BEM-TE-VIS - Parte 4 - Por Maisa Commans


Pronto! Agora, os 4 espalhafatosos e desengonçados disputavam um lugar na janelinha. Era só o dia clarear, que davam o ar da graça, para no final do dia sumirem lá para dentro de novo, numa embolação geral. Um dos meninos estava sempre no fundão... Comecei a ficar preocupada!
Parecia que o ninho estava ficando pequeno e ba-ru-lhen-to demais!!
Alimentar esses grandes famintos não era uma tarefa muito fácil. O dia inteiro, a comidinha fresquinha era colocada diretamente no bico dos gulosinhos que estavam sempre a todo vapor e gritando, sempre pedindo bis.
A mãe, já não cabia no ninho, mas estava sempre por perto. Ela se equilibrava na entrada, num vai e volta sincronizado, com muita leveza, ritmo e cor, num balé fascinante, de encher os olhos. Só entrava em caso de grande necessidade.
E foi assim, por alguns dias, com a mãezinha cumprindo seu papel, dando conta do recado, contando com a ajuda de dois outros pássaros, que no primeiro sinal de perigo, vinham rapidinho em seu socorro.
Nessa altura, eu quase não saía no quintal e cuidava para que minha cachorrinha ficasse longe, com receio que os sapequinhas se assustassem e caíssem do ninho.


sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

O BONSAI E OS BEM-TE-VIS - Parte 3- Por Maisa Commans





Notícias fresquíssimas, diretamente do ninho...

Nas-ce-ram!!Nas-ce-ram!!!    

A calmaria me chamou a atenção, mal sabia que já havia todo um esquema traçado para proporcionar aquela aparente tranquilidade. Esperei a mãe se ausentar e fui xeretar.
Finalmente!!! De longe, pareciam 4 espanadores, mas, quando cheguei mais perto... eram os fi-lho-ti-nhos mais inhos, bicudinhos e engraçadinhos do mun-do!! Me senti madrinha de cada um deles, ou seria tia? Ou avó? Sei lá...
Percebi a presença de dois machos dando total cobertura e retaguarda, todas as vezes que a mãe, cuidadosa, se ausentava do ninho em busca de alimento ou ao menor sinal de perigo. Voos rasantes eram aplicados, sem dó nem piedade, quando minha cachorrinha se aproximava para tomar seu banhinho de sol. Ô dó! Dali em diante, qualquer bípede ou quadrúpede que ousasse andar pelo quintal era considerado inimigo, inclusive eu.
De qualquer maneira, mesmo alterando a rotina da casa, me senti feliz, porque tudo estava sob controle e a paz reinava no quintal. Bastava “um respeitar o espaço do outro” que a natureza fazia sua parte...