quarta-feira, 26 de março de 2014

O bonsai e os bem-te-vis”... Último capítulo, agora sem direito a reprises.-Por Maísa Commans





Mal o sol apareceu e o segundo filhote já estava aquecendo os motores, em cima do telhado e, num piscar de olhos... desapareceu de minhas vistas.
O terceiro ficou ensaiando seu primeiro voo entre o pé de boldo e o manjericão, por horas, parecia até gostar da brincadeira. Ao entardecer, já havia voado para perto dos irmãos.
Estavam nos arredores, em alguma árvore, um pouco tímidos ainda, mas dava para ouvir os gritinhos de felicidade e liberdade.
Claro que senti um aperto no coração, como é natural nos momentos de “Adeus”, mas também uma privilegiada, por acompanhar momentos tão belos.
“Voa passarinho, Voa até o céu mudar de cor!”  E Eu, que andava com o sorriso ofuscado, quase sem brilho, celebrei todos os dias, do nascer e ao pôr do Sol,  com a alma em festa, brilhante,  transbordando de alegria. Meus hóspedes deixaram meu coração disparado, trouxeram luz novamente à minha vida e me ajudaram a sacudir a poeira...
O Bonsai já conseguia respirar mais tranquilamente, a paz reinava outra vez, e na estação seguinte, não sei por  que cargas d’água, ele morreu. Mas deixou história, afinal, ele foi palco de chegadas e partidas, de nascimento e morte... Enfim, dos mistérios da VIDA!
                                                                           
                                                                                                       FIM!
                                                                        Ou seria o Começo?! Quem sabe, um recomeço...