O BONSAI E OS BEM-TE -VIS- Por Maisa Commans

MAISA COMMANS

Temos uma nova parceira.
Vocês vão adorar!
Acompanhem a linda história que ela vai contar.

                 INTRODUÇÃO

Ficar viúva nunca fez parte dos meus planos, e muito menos enviuvar de repente, aos 52 anos, afinal,  para mim a melhor parte ainda iria começar. Nesse momento, descobri  que naquele túnel, no finalzinho, bem no inho, ainda existia um porão bem fundo. O lugar onde eu me encontrava.

Amigos  carinhosos e apoio não me faltaram. Mas cabia a mim aceitar, superar, levantar a cabeça e seguir em frente...

Dois fatos contribuíram para que eu parasse de olhar para minha própria dor e renascesse.

Minha cachorrinha cocker, a Gabi, ficou cega de repente por conta de uma diabetes. Precisava de cuidados, adaptação e muito carinho. E mesmo sem enxergar, não reclamava, estava sempre me procurando pela casa, balançando o rabinho, disposta a brincar. E não abria mão de seus passeios diários, me chamando e me levando para passear, como se quisesse me resgatar daquele lugar escuro e me trazer à tona novamente. Ela superou rapidinho a perda da visão e a cada passeio voltava mais segura de si e eu mais animadinha... E assim foi !

O outro, é esse que eu vou contar... Algo divino estava prestes a acontecer, bem aqui no meu quintal . E o meu Bonsai, uma jabuticabeirinha, que eu havia colocado num cesto, pendurado na parede, seria o palco de um enredo dado a mim de presente pela Mãe Natureza.

E em meio a tantas perguntas sem respostas, fragilizada, nem imaginava que elas estariam ali, bem na minha frente. Eu só precisava... Observar !     
                                            

O BONSAI E OS BEM-TE-VIS...

PARTE 1

Numa das regas ao meu Bonsai me deparei com uma obra arquitetônica sendo desenhada, bem na frente do meu nariz.
E não é que o bem-te-vi resolveu fazer seu ninho bem ao lado da arvorezinha, uma mini jabuticabeira, que estava pendurada em um cesto, no muro do meu quintal?! E o mais incrível ... sem quebrar nenhum galhinho! Quanto atrevimento! À medida que a construção ia tomando forma, ela também avançava contornando os galhos com a maior delicadeza. Não tive coragem de mover uma palha, estupefata diante de tamanha perfeição, beleza e cumplicidade. Deixei rolar...