segunda-feira, 27 de maio de 2013

Tio Neli, Tia Renée e Regina por Vitória Pompeu em 2009 e 2013




Regina para mim será sempre minha prima Pianista.
Todas as vezes que nos víamos eu a "obrigava" a tocar "La Cumparsita" para mim.

Tio Neli morava em São Paulo, casado com a Tia Renée.
Lembro vagamente de uma moça linda e delicada andando para lá e para cá na cozinha para nos servir o almoço.
Lembro também que ela ensinou minha mãe a usar a leiteira, onde o leite fora fervido, para regar as plantas.
Há muito tempo não fervo leite, mas enquanto o leite foi de saquinhos e era fervido eu usei a leiteira para regar as plantas. Interessante como certas coisas nos marcam e a gente não esquece.
Tio Neli era o mais parecido com meu pai, tanto na aparência como no gênio, isso eu percebi ainda pequena.
 Regina é seis anos mais velha que eu, então nossas idades não eram compatíveis para sermos amigas naquela época.
Lembro dela como uma menina morena, bonita e simpática.

Tia Renée faleceu quando Regina tinha treze anos. Pegamos o trem e fomos para o sepultamento. Eu não entendia a morte como, aliás, ainda não entendo e fiquei muito preocupada com a Regina. Eu não gostaria de ficar sem minha mãe.  Por quê isso aconteceu com ela? Talvez um dia saibamos, talvez não.
Sempre lembrei das palavras escritas no Santinho da Missa de Sétimo Dia dela:

“Não chorai minha morte amados meus, o sol também se vai quando anoitece e Deus, ao murmúrio de uma prece nos manda um céu repleto de estrelas”.

Muito lindo e triste.  Tio Neli ficou para toda a vida com o olhar triste. Era impossível olhar para ele e não lembrar da Tia Renée.

 Víamos a Regina nas datas especiais. Ela é até hoje muito linda e muito séria.

Tio Neli mudou para Campinas e tivemos oportunidade de nos ver mais.

Um tio querido e uma prima querida.

Eu me casei, Regina se casou e tio Neli também casou pela segunda vez.

Sandra, minha tia japonesa, como costumo dizer, teve dois filhos, Ruy e Jorge.

Regina teve o Mauricio e eu a Cinthia. A diferença de idade dessa turminha é irrelevante.

Regina foi a primeira e única da família a romper as algemas impostas pelo casamento e deixar para trás o que não era bom para ela. Eu a admiro por isso.

Tio Neli faleceu no início deste ano.

 Espero que seu grande amor o estivesse esperando de braços abertos.

Tudo, mesmo sendo triste, traz alguma coisa boa...

Eu e a Regina nos reaproximamos, nossa faixa etária nivelou e podemos

conversar sobre qualquer assunto e temos uma coisa em comum:

Somos as únicas que ainda não temos netos e as únicas Pompeu que se atrevem a publicar seus escritos. Hoje Regina é minha prima Cronista premiada e coisa e tal. Parece que vamos publicar um livro, nós e mais outras sessentonas escritoras, mas tudo começou com Regina colocando um Blog no ar e em seguida ganhando o Prêmio Longevidade Bradesco com seu texto já famoso: “De repente sessenta”. Esse já está em PPS rodando o mundo e disponível no You Tube.


Não sei muito sobre a Sandra e os meninos, mas sei que meu tio os deixou numa situação confortável.

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